“Deus pronunciará última palavra”, escreve Papa sobre guerra na Ucrânia
- 19/11/2024
Francisco enviou carta ao Núncio Apostólico na Ucrânia, Dom Visvaldas Kulbokas, por ocasião do milésimo dia de conflito com a Rússia
Da Redação, com Vatican News
Nesta terça-feira, 19, dia em que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia completa mil dias de duração, o Papa Francisco enviou uma mensagem para o Núncio Apostólico na Ucrânia, Dom Visvaldas Kulbokas.
Na breve carta, o Pontífice exprime que suas palavras não são meras expressões de solidariedade, mas representam uma “súplica fervorosa a Deus, única fonte de vida, esperança e sabedoria, para que converta os corações e os torne capazes de iniciar caminhos de diálogo, reconciliação e harmonia”.
Dirigindo-se a todos os ucranianos, o Santo Padre reconhece que “nenhuma palavra humana é capaz de proteger suas vidas dos bombardeios diários, nem consolar aqueles que choram os mortos, nem curar os feridos, nem trazer de volta as crianças, nem libertar os prisioneiros, nem mitigar os efeitos severos do inverno, nem restaurar a justiça e a paz”.
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Contudo, prossegue Francisco, isso não apaga a esperança de que a palavra “PAZ” (escrita em letras maiúsculas na carta para enfatizar a força desse desejo), “infelizmente esquecida pelo mundo de hoje”, possa voltar a “ressoar nas famílias, nos lares e nas praças da querida Ucrânia”.
“Deus pedirá contas”
Na sequência, o Papa garante que está unido à oração do povo ucraniano que, “todas as manhãs, às 9h, com um ‘minuto de silêncio nacional’, recorda com dor as numerosas vítimas do conflito, assim como os prisioneiros, que frequentemente se encontram em condições deploráveis”. “Uno-me a eles”, declara, “para que o clamor que sobe aos Céus, de onde vem o auxílio, seja mais forte: o meu auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra”.
A carta termina com uma oração a Deus para que, “enquanto recolhe todas as lágrimas derramadas”, das quais “pedirá contas”, Ele possa consolar os corações e fortalecer a esperança de Sua presença: “Será Deus quem pronunciará a última palavra sobre esta imensa tragédia”, escreve o Pontífice, que encerra o texto com uma bênção para “todo o povo ucraniano, a começar pelos bispos e sacerdotes, com os quais você, caro irmão [Dom Kulbokas] permaneceu ao lado dos filhos dessa nação ao longo de todos esses mil dias de sofrimento”.
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